sábado, 16 de abril de 2016

Adesivaço em prol do Caso Beatriz: Cobertura local

Por Cora Macedo
Blogs, emissoras de televisão, emissoras de rádios, portais de notícias, jornais impressos locais  tem acompanhado o caso da menina Beatriz Mota que foi vítima de um crime brutal em Petrolina (PE) e qualquer novidade é pauta na certa. Dia 14 de abril, mais de quatro meses  depois do ocorrido, foi feito um "adesivaço" no centro de Petrolina, próximo ao colégio onde aconteceu o crime, organizado pelo grupo "Beatriz clama por justiça". O presente texto busca trazer uma análise de três veículos da região sobre a cobertura jornalística do ato: Portal de Notícias G1, Blog Ponto Crítico e Blog do Geraldo José.

Sobre a mobilização, esta semana o portal G1 publicou um texto informando que o adesivaço estava sendo promovido pelo grupo "Beatriz clama por justiça" e que além de adesivos o grupo também distribuiu flores - a única matéria dos veículos analisados que traz essa informação.

A madrinha da menina assassinada é a única fonte com fala no texto e ela expõe uma informação complementar: como a família tem visto o trabalho da polícia - embora estejam sendo feitas manifestações para tentar acelerar a resolução do caso não deixando que caia no esquecimento, a família acredita no trabalho da Polícia. Uma informação importante presente apenas nessa matéria.

Outra colocação da fonte foi que quem não quisesse receber o adesivo, receberia uma flor branca que significa o amor, entendendo que quem não recebe o adesivo não está ajudando o próximo. Desamor rebatido pelo amor na forma da flor branca. Há de se fazer uma ressalva nesse ponto já que, não é porque alguém se nega a adesivar o carro, seja pelo que for, que lhe falta amor. No entanto, essa foi uma fala da fonte ouvida e isso ficou bem claro pela presença das aspas.

OBlog Ponto Crítico também publicou sobre o ato no dia anterior: adesivaço em todos os carros que passassem pela Avenida Guararapes entre às 6h30 e 19h do dia 14. A fonte ouvida nesse caso foi "um dos membros do grupo" assim, sem nome. É importante dar nome às fontes, a não ser que ela não queira se expor, mas mesmo assim, o leitor merece saber porque a fonte não quis ser identificada. Afinal, podemos confiar na informação de quem não sabemos quem falou?

Abaixo da assinatura "da redação" dos primeiros quatro parágrafos que informam sobre o ato do dia seguinte, segue-se uma cópia com menos parágrafos de uma matéria do portal G1 sobre o grupo "Beatriz clama por justiça". Essa parte do texto, inclusive, tem dois hiperlinks que levam pro mesmo local e um hiperlink copiado exatamente como tem no G1 que leva pra apresentação de Petrolina que tem na home desse site. O crédito foi dado: "informações G1 Petrolina". Mas esse texto não poderia ter saído da redação? A imagem ilustrativa foi exatamente a mesma usada na matéria do G1. O box foi grande com muita informação que poderia ser outra matéria, autoral, de preferência, com um hiperlink que puxasse pra ela. Assim não perderia o foco da publicação que trazia no título a proposta de falar do ato do dia seguinte: o adesivaço, e não ficaria tão grande.

A última parte da matéria que tem a função, pelo título, de fazer o leitor "entender o caso", continua o texto longo, com muitos hiperlinks que poderiam ser melhor aproveitados, de modo que ficasse menor e mais atrativo, já que se encontra numa plataforma online. O resumo do caso foi positivo e parágrafos pequenos, mas texto longo. O uso de mais imagens é uma opção para tirar a visão cansativa do texto corrido e uma sequencia de links no estilo "veja também". Assim, quem se interessasse poderia clicar e ver as outras matérias sobre o caso.


Fugindo dos textos longos, no Blog do Geraldo José foi publicada uma nota de sete linhas antecipadas por três fotos não creditadas. O texto, apesar de curto, traz há quanto tempo o caso aconteceu e ainda não foi solucionado e o objetivo do ato que é cobrar a elucidação do caso. Pra quem é da região e já acompanha o caso, uma informação superficialmente ótima, mas para quem quer se aprofundar, não é a melhor opção. A matéria não traz links para outras matérias ou resumo do caso. Apenas a notícia. Nem um dos veículos apresentou a atual situação do caso junto à polícia. Deu vontade de saber...

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