Por
Cora Macedo
Blogs,
emissoras de televisão, emissoras de rádios, portais de notícias, jornais
impressos locais tem acompanhado o caso da
menina Beatriz Mota que foi vítima de um crime brutal em Petrolina (PE) e qualquer
novidade é pauta na certa. Dia 14 de abril, mais de quatro meses depois do ocorrido, foi feito um "adesivaço"
no centro de Petrolina, próximo ao colégio onde aconteceu o crime, organizado
pelo grupo "Beatriz clama por justiça". O presente texto busca trazer
uma análise de três veículos da região sobre a cobertura jornalística do ato: Portal de Notícias G1, Blog Ponto
Crítico e Blog do Geraldo José.
Sobre
a mobilização, esta semana o portal G1 publicou um texto informando que o
adesivaço estava sendo promovido pelo grupo "Beatriz clama por
justiça" e que além de adesivos o grupo também distribuiu flores - a única
matéria dos veículos analisados que traz essa informação.
A
madrinha da menina assassinada é a única fonte com fala no texto e ela expõe
uma informação complementar: como a família tem visto o trabalho da polícia - embora
estejam sendo feitas manifestações para tentar acelerar a resolução do caso não
deixando que caia no esquecimento, a família acredita no trabalho da Polícia. Uma
informação importante presente apenas nessa matéria.
Outra
colocação da fonte foi que quem não quisesse receber o adesivo, receberia uma
flor branca que significa o amor, entendendo que quem não recebe o adesivo não
está ajudando o próximo. Desamor rebatido pelo amor na forma da flor branca. Há
de se fazer uma ressalva nesse ponto já que, não é porque alguém se nega a
adesivar o carro, seja pelo que for, que lhe falta amor. No entanto, essa foi
uma fala da fonte ouvida e isso ficou bem claro pela presença das aspas.
OBlog Ponto Crítico também publicou sobre o ato no dia anterior: adesivaço em
todos os carros que passassem pela Avenida Guararapes entre às 6h30 e 19h do
dia 14. A fonte ouvida nesse caso foi "um dos membros do grupo"
assim, sem nome. É importante dar nome às fontes, a não ser que ela não queira
se expor, mas mesmo assim, o leitor merece saber porque a fonte não quis ser
identificada. Afinal, podemos confiar na informação de quem não sabemos quem
falou?
Abaixo
da assinatura "da redação" dos primeiros quatro parágrafos que
informam sobre o ato do dia seguinte, segue-se uma cópia com menos parágrafos
de uma matéria do portal G1 sobre o grupo "Beatriz clama por justiça".
Essa parte do texto, inclusive, tem dois hiperlinks que levam pro mesmo local e
um hiperlink copiado exatamente como tem no G1 que leva pra apresentação de
Petrolina que tem na home desse site. O crédito foi dado: "informações G1
Petrolina". Mas esse texto não poderia ter saído da redação? A imagem
ilustrativa foi exatamente a mesma usada na matéria do G1. O box foi grande com
muita informação que poderia ser outra matéria, autoral, de preferência, com um
hiperlink que puxasse pra ela. Assim não perderia o foco da publicação que
trazia no título a proposta de falar do ato do dia seguinte: o adesivaço, e não
ficaria tão grande.
A
última parte da matéria que tem a função, pelo título, de fazer o leitor
"entender o caso", continua o texto longo, com muitos hiperlinks que
poderiam ser melhor aproveitados, de modo que ficasse menor e mais atrativo, já
que se encontra numa plataforma online. O resumo do caso foi positivo e
parágrafos pequenos, mas texto longo. O uso de mais imagens é uma opção para
tirar a visão cansativa do texto corrido e uma sequencia de links no estilo
"veja também". Assim, quem se interessasse poderia clicar e ver as
outras matérias sobre o caso.
Fugindo
dos textos longos, no Blog do Geraldo José foi publicada uma nota de sete
linhas antecipadas por três fotos não creditadas. O texto, apesar de curto, traz
há quanto tempo o caso aconteceu e ainda não foi solucionado e o objetivo do
ato que é cobrar a elucidação do caso. Pra quem é da região e já acompanha o
caso, uma informação superficialmente ótima, mas para quem quer se aprofundar,
não é a melhor opção. A matéria não traz links para outras matérias ou resumo
do caso. Apenas a notícia. Nem um dos veículos apresentou a atual situação do
caso junto à polícia. Deu vontade de saber...
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