Thamires Costa
A matéria Velho Chico e os Espaços de Empoderamento Feminino, do blog Ponto Crítico teve o objetivo de criticar alguns padrões femininos que ainda são impostos na sociedade , e foca especialmente na novela Velho Chico, que como ela mesma reforça, vem recebendo duras críticas pela forma como vem sendo construída numa mistura de presente e passado que confunde a cabeça das pessoas e não descreve nem de longe a realidade nordestina.
A matéria Velho Chico e os Espaços de Empoderamento Feminino, do blog Ponto Crítico teve o objetivo de criticar alguns padrões femininos que ainda são impostos na sociedade , e foca especialmente na novela Velho Chico, que como ela mesma reforça, vem recebendo duras críticas pela forma como vem sendo construída numa mistura de presente e passado que confunde a cabeça das pessoas e não descreve nem de longe a realidade nordestina.
As afirmações são pertinentes
em alguns momentos e em outros parecem querer quebrar um estereótipo criando
outros, quando na verdade, deveria defender a liberdade feminina em todas as
suas dimensões e aspectos. Ao afirmar que esperar o casamento é uma construção
machista e que por isso deve ser combatida por todas as mulheres, ela esquece
as outras tantas mulheres que querem isso para si, e repito, para si.
O texto tinha o claro
objetivo de defender a força da mulher nordestina que não está tendo
representatividade na exibição global e isso é válido, porém ela se perde na
construção do seu texto deixando espaço para alguns tipos de preconceito e
alguns posicionamentos que inclusive podem deixar outras mulheres se sentindo
mal por não serem tão ousadas, tão independentes e tão fortes como deveriam ser
em pleno século XXI, trabalhando, estudando e fazendo inúmeras outras
atividades importantes e válidas.
Reforçar a luta
feminina e o quanto já alcançamos e vencemos, combater preconceitos e conceitos
machistas e dar a mulher entendimento da sua força e do seu valor são
necessários diante da sociedade em que vivemos que ainda enxerga a mulher como
incapaz reduzindo-a a pequenos espaços.
A questão é que isso
deve ser feito valorizando e reforçando a diversidade feminina, mostrando para
ela, que ela não é anormal se quiser ou não ter filhos, se quiser ou não casar;
se quiser ou não, construir uma família; se quiser ou não ser virgem até o
casamento. Esse é o ponto central da liberdade, quando ela é de fato liberdade.
É importantes ter Beatrizes e Marias ganhando espaço, porém se existirem outras
com características diferentes e por livre escolha, elas também são bem vindas
e vão ser respeitadas e abraçadas enquanto mulheres, afinal, o lugar da mulher
é onde ela quiser, desde o aconchego do seu lar até as grandes empresas e
cargos.
A crítica não é contra
a ideologia, mas sim contra a construção do texto que pode soar preconceituoso
em outros aspectos e por outros olhares, quando não se deixa clara a
importância da liberdade feminina em concordar e discordar, em aceitar e
questionar. O texto poderia reforça sua crítica descrevendo a predominância de
algumas características nas personagens femininas que reforçam preconceitos,
mas reforçando que a mulher é plural e que essa pluralidade deveria ser
mostrada, mas sem criticar as características de outras diferentes.
A disciplina é super
importante e reforça o nosso senso crítico e a nossa busca por entender nas
entrelinhas mensagens que são passadas nos meios de comunicação e que precisam
sim ser discutidas em sala de aula por alunos de jornalismo. O treino no
laboratório, através do Observatório da
Mídia do Vale do São Francisco, onde tivemos a oportunidade de exercitar
nossa crítica e a nossa escrita, enriqueceram ainda mais nossa visão do espaço
que estamos inseridos e da nossa condição de futuros jornalistas, deixando
inclusive o questionamento: "eu vou fazer diferente?".
E com esse
questionamento eu concluo esse ciclo, de forma a tentar um dia responder de
forma positiva. Sim, eu fiz e faço diferente.
Link da matéria:
http://pontocritico.org/20/05/2016/velho-chico-e-os-espacos-de-empoderamento-feminino/
Nenhum comentário:
Postar um comentário