Por
Vanessa Luz
Há
um debate urgente a se fazer: quais as diferenças entre o fazer jornalístico de
alguns blogs regionais e qualquer outra forma de jornalismo?
Ao
meu ver nenhum. Realizar apurações é um quesito básico na produção de qualquer
produto jornalístico. Então o que dizer de uma matéria como essa: http://blogedenevaldoalves.com.br/vereador-denuncia-juazeiro-nao-possui-selo-federal-para-realizar-o-abate-de-carnes-de-outro-estado/.
Trata-se de uma denúncia realizada pelo vereador
Ronaldo Souza (PTB), única fonte, sobre a falta de autorização federal
do Matadouro Público de Juazeiro, para comercialização de carne interestadual.
Apuração é um dos estágios
do processo da produção jornalística, no qual se procura informações que possam
ou não ser empregadas no texto final. Entram nesse procedimento, ir até
o local dos acontecimentos, ouvir envolvidos, pesquisar documentos, entrevistar
FONTES. Mas não é o que vemos, não
apenas nessa matéria ou blog, mas em tantas outras e outros, intitulados jornalísticos.
Vale
lembrar que o fazer jornalismo é cheio de tramas, redes de forças e rotinas de
trabalho que fazem com que a notícia ultrapasse as expectativas de mera
informação. No que se refere aos Observatórios da Mídia, eles surgem
como agentes de encorajamento à reflexão e à participação da sociedade em prol
de uma democratização e conscientização para um melhor desenvolvimento dos
meios de comunicação e do jornalismo, um espaço crítico para debater temas e
expor opiniões com embasamento.
Essa não singularidade serve-nos para
questionar e procurar despertar as potencialidades do jornalismo feito na
região. É importante pesquisar e produzir conhecimento sobre esses temas para
que possamos reivindicar um outro modelo de jornalismo, que vá além de categorias
como assassinato, denúncia, roubos, acidentes ou releases. Esses meios devem
ser analisados e repensados sobre seu papel e consequências, seja no sistema
produtivo da mídia ou na sociedade.
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